Chama-se
estomia intestinal de eliminação a abertura criada cirurgicamente
na parede do abdômen para ajudar na evacuação de fezes e urina. O
local deve ser preservado para que se mantenha rosado, úmido,
brilhante e indolor ao toque.
Em
fase de estudos, a ferramenta EstomAM, desenvolvida por Aline Duarte
Albuquerque, Mestre em Enfermagem pelo Programa de Pós-Graduação
em Enfermagem no Contexto Amazônico da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), fornece noções básicas e colabora no
estabelecimento de rotinas de higiene, permitindo maior adaptação e
autonomia para moradores de comunidades ribeirinhas do
Amazonas.
Parceria entre a UFAM, Universidade Estadual do
Paraná (UNESPAR – Campus Apucarana) e a Universidade Federal do
Pampa (UNIPAMPA), a Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC)
colabora com os profissionais da saúde, responsáveis por informar
um roteiro de cuidados essenciais ao bem-estar da população.
Para
quem reside fora de Manaus e utiliza a bolsa de coleta, por exemplo,
percorrendo longas distâncias no transporte fluvial, o aplicativo
móvel de caráter orientador pode se tornar um aliado do paciente e
dos profissionais da Enfermagem.
Pela
particularidade de deslocamento na região amazônica, o aplicativo
para celular EstomAM indica a forma de evitar contratempos durante as
travessias de barco e orienta o manejo domiciliar das bolsas de
coleta nos casos de estomias intestinais.
A
ferramenta ainda aponta alimentos locais que podem ser consumidos em
casos como este, passando pela orientação nas atividades diárias.
Respeitando o contexto social e econômico da localidade, o
aplicativo funciona independente da oferta de conexão à internet.
Este enfoque reitera o papel da inovação tecnológica
inclusiva em regiões distantes dos grandes centros urbanos e sem
condições logísticas favoráveis e/ou acesso a equipamentos de
saúde. Ainda em ciclo de prototipação, a TIC transfere e difunde
habilidades, conhecimentos e informações, possibilitando aos
ribeirinhos qualidade de vida e resolução de problemas de saúde na
própria comunidade.
O
objetivo é permitir que o usuário desenvolva sua “capacidade de
cuidado próprio ao realizar a troca do seu equipamento coletor e ao
realizar os cuidados de higiene com a estomia”. Em cinco vídeos
legendados são repassadas técnicas padronizadas por guias de
conduta usados por enfermeiros nos cuidados com os pacientes.
Com
44 telas, o EstomAM é uma ferramenta digital intuitiva com sete
ícones de entrada, vídeos demonstrando procedimentos com
comprovação científica e 19 imagens com as etapas de autocuidado.
Na palma da mão, dúvidas como “O que é estomia?”, “Quais os
tipos de estomia intestinal?”, limpeza correta da parede abdominal
e até “Como trocar e higienizar a bolsa coletora” são
respondidas rapidamente.
O
aplicativo ainda incentiva a ingestão de água, indicando o número
de copos e intervalo entre as doses. Isso é possível apenas
fornecendo dados como peso e data de nascimento. Ao acionar as
notificações, o EstomAM avisa ao paciente o volume de líquido
diário necessário para hidratação do corpo.
Baseado
no sistema de apoio-educação da Enfermagem, o software possibilita
a melhoria da prática do autocuidado e isso impacta na “redução
de custos em reinternação”, segundo o estudo realizado pela UFAM,
UNESPAR e UNIPAMPA. A pesquisa abre caminho para implementação de
novas tecnologias similares nas redes pública e privada de saúde.
Dorothea
Elizabeth Orem e a importância de cuidar de si mesmo
A
Teoria do Autocuidado (publicada em 1959), da enfermeira
norte-americana Dorothea Orem, consiste na realização de atividades
de cuidado pessoal para manter a própria saúde e o bem-estar. Essas
atividades incluem alimentação, higiene, exercícios, descanso e
sono, e convívio social e recreativo.
No
sistema de Enfermagem, atua na superação de entraves na hora de
conduzir o processo do autocuidado, considerando as necessidades e
capacidades individuais do paciente. Aprimorada ao longo dos anos, a
teoria de Dorothea Orem ganhou nova publicação em 1971, sendo
referência global para profissionais da área.
Filha
de Gilberto Gil trouxe o debate para as redes sociais
Em
tratamento desde que descobriu um câncer colorretal, a cantora Preta
Gil compartilhou fotos nas redes sociais usando uma bolsa de
ileostomia. “Sim, eu uso bolsa de ileostomia e não tenho vergonha
de mostrar, pois essa bolsinha salvou minha vida e me deu a
possibilidade de me restabelecer de uma cirurgia que retirou o tumor
que eu tinha!”, escreveu Preta.
Saiba
a diferença entre COLOSTOMIA e ILEOSTOMIA
A
ileostomia é mais alta que a colostomia, pois o intestino é
exteriorizado em uma porção em que o bolo fecal não teve a
oportunidade de passar por nenhuma porção do intestino grosso
ainda. Já na colostomia, ele passa por parte do intestino grosso e
só é exteriorizado depois.
Fonte:
Ascom/Cofen
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