O Ministério da Saúde abriu nova
Consulta Pública sobre a oferta de implante contraceptivo subdérmico
para prevenção da gravidez entre adolescentes de 14 a 18 anos, após
parecer favorável da Comissão Nacional de Incorporação de
Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec/SUS). Em abril, foi
realizada a primeira consulta pública, com foco nos pacientes,
familiares e associações de usuários do SUS, com resultado
amplamente favorável à incorporação ao SUS (acesse o link da
Consulta Pública 37/2025 até o dia 16 de junho e ajude a ampliar a
oferta de contracepção para adolescentes).
De
cada 7 bebês brasileiros, um é filho de uma adolescente. Embora
tenham caído nas últimas duas décadas, as taxas de gravidez na
adolescência ainda são altas e marcadas por forte desigualdades
regionais, de raça e de renda. Na Região Norte, um a cada 5 bebês
nascem de mãe adolescente, conforme o DataSUS. Sete em 10 meninas
grávidas ou com filhos são negras e 6 em cada 10 não trabalham e
não estudam, segundo censo sobre extremos reprodutivos realizado
pelo IBGE.
“A
gravidez na adolescência está associada a maiores riscos de
desfechos negativos para a mãe e o bebê, além de contribuir para a
transmissão geracional da pobreza, ao interromper o ciclo de estudos
das jovens mães e dificultar a inserção no mercado de trabalho.
Estudos controlados e a experiência empírica demonstram a maior
segurança e eficácia de métodos contraceptivos de longa duração,
como o Dispositivo Intrauterino [DIU] e o Implanon, inclusive para
adolescentes”, afirma o conselheiro federal Renée Costa,
coordenador da Câmara Técnica de Enfermagem em Saúde da Mulher do
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).
Implante
contraceptivo tem alta eficácia
Conhecido
como Implanon, o implante contraceptivo liberador de etonogestrel é
um pequeno bastão de plástico, com 4 cm de comprimento e 2 mm de
diâmetro, inserido logo abaixo da pele do braço. O dispositivo
contém 68 mg de etonogestrel, que vai sendo liberado em pequena
quantidade continuamente na corrente sanguínea. A ação impede que
o óvulo seja liberado do ovário e também altera a secreção do
colo do útero, dificultando a entrada dos espermatozoides.
Enfermeiros devidamente capacitados podem realizar a inserção de
implante subdérmico, conforme o Parecer 277/217 e a Resolução
Cofen 690/2022.
Métodos
contraceptivos que dependem de conduta ativa dos usuários têm altas
taxas de insucesso a longo prazo. Em 10 anos, com o uso típico de
camisinha, por exemplo, 9 em cada 10 mulheres engravidam, segundo
levantamento realizado pela Universidade de Princeton. Seis em cada
10 mulheres que usam contraceptivo oral engravidam ao longo de 10
anos. Com o implante hormonal, a taxa de gravidez ao longo de uma
década é de 1 em 100.
Enfermeiro
obstétrico, registre sua especialidade
O
registro de especialidade em Enfermagem Obstétrica é isento de
taxas e deve ser feito no respectivo Conselho Regional de Enfermagem
(Coren). O registro é importante tanto para o dimensionamento das
políticas públicas quanto para a ampliação da rede credenciada na
Saúde Suplementar. A assistência à gestante, o acompanhamento do
trabalho de parto e a execução do parto sem distócia estão entre
as atribuições dos enfermeiros enquanto integrantes das equipes de
Saúde, conforme o artigo 11 da Lei 7.498/86. Os enfermeiros
obstétricos e obstetrizes, especialistas em parto normal, têm
autonomia profissional na assistência, conforme o artigo 9º do
decreto 94.406/87.
Fonte:
Ascom/Cofen - Clara Fagundes |