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11/07/2025 - “Queremos crescer ao lado do Brasil”, diz bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola em assembleia do Cofen |
![]() Durante a 33ª Assembleia Ordinária de Presidentes do Sistema Cofen/Conselhos Regionais de Enfermagem, realizada em Brasília, nesta quinta-feira, 10 de julho, o bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA), Eduardo Elambo Caiangula, apresentou um panorama detalhado da Enfermagem angolana e destacou a importância da cooperação internacional com o Brasil. A atividade teve a participação do presidente do Coren-RS, Antônio Tolla; da conselheira tesoureira do reigonal, Ana Elisa Ferreira de Freitas; e dos conselheiros Joice Ferreira, Elenilson Félix e Célia Mariana Barbosa de Souza, os dois últimos integrantes da Câmara Técnica de Enfrentamento ao Racismo na Enfermagem do Conselho. Ao iniciar sua exposição, Caiangula contextualizou os avanços e os desafios enfrentados pela profissão em Angola, país que conta atualmente com uma população estimada em mais de 25 milhões de habitantes, com projeção de crescimento para 47 milhões até 2060. A ORDENFA, criada em 2002 e presente nas 18 províncias do país, é a entidade responsável pela regulamentação, representação e valorização da categoria. “Temos desafios estruturais, mas também uma enorme vontade de crescer junto com o Brasil, com quem partilhamos valores, idioma e o compromisso com a saúde pública”, afirmou o bastonário. Entre os dados apresentados, Caiangula destacou o número de instituições formadoras na área: são 26 escolas públicas e mais de 300 privadas, das quais 174 funcionam de maneira irregular. Atualmente, mais de 270 mil estudantes estão matriculados em cursos de Enfermagem em Angola. No campo profissional, o país registra aproximadamente 8.000 enfermeiros ativos, número que representa uma força de trabalho em expansão — crescimento impulsionado por um aumento de 40,5% no total de profissionais de saúde entre 2010 e 2023. A rede sanitária angolana conta com mais de 3.300 unidades, com predominância de postos de saúde, evidenciando a centralidade da Enfermagem nos serviços de atenção primária. Até 2023, o número total de membros inscritos na Ordem dos Enfermeiros de Angola era de 99.830 profissionais, distribuídos pelas 18 províncias do país. A província de Luanda concentrava o maior número de registros, com 47.791 enfermeiros, seguida por Huambo (9.145) e Benguela (9.081). O bastonário também ressaltou conquistas recentes no cenário internacional. Em maio de 2024, a ORDENFA foi admitida como membro do Conselho Internacional de Enfermagem (ICN), além de ter sido integrada ao Fórum de Reguladores de Enfermagem da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), fortalecendo o posicionamento da Enfermagem angolana nos espaços de articulação global. A formação especializada foi outro ponto de destaque na apresentação. Em 2023, Angola instituiu oficialmente os cursos de especialização em Enfermagem, contemplando 3.964 formandos distribuídos em 12 polos de ensino em 11 províncias. As primeiras áreas ofertadas foram Enfermagem em Cuidados Intensivos, Enfermagem em Dermatologia (com ênfase em feridas) e Enfermagem em Infecciologia. Apesar do avanço, os dados mais recentes do Ministério da Saúde de Angola indicam que apenas 2% dos enfermeiros registrados — o equivalente a 195 profissionais — possuem alguma especialização. A grande maioria, 98%, ainda atua sem formação específica, o que reforça a urgência da expansão da pós-graduação e da qualificação técnica em larga escala. Nesse contexto, a cooperação com o Brasil tem se mostrado estratégica para o fortalecimento institucional da Enfermagem em Angola. O acordo firmado entre a ORDENFA e o Cofen, em 2020, foi exaltado pelo bastonário, por ter viabilizado o envio de enfermeiros angolanos para programas de mestrado e doutorado no Brasil. Eduardo Caiangula mencionou ainda outras parcerias e iniciativas conjuntas com organismos internacionais, como a criação do Centro de Simulação Clínica Avançado em Luanda, com apoio da União Europeia. Para o presidente do Cofen, Manoel Neri, a presença do bastonário na Assembleia simboliza o fortalecimento dos laços entre os dois países. “A Enfermagem transcende fronteiras geográficas e culturais, pois é movida por um compromisso comum com a vida, o cuidado e a dignidade humana. A parceria com Angola nos estimula a seguir investindo no fortalecimento da profissão em todos os territórios. É um passo importante rumo a uma Enfermagem globalmente integrada e valorizada”, afirmou. Fonte: Ascom/Cofen |