26/06/2009 - Gripe A - Frio favorece avanço



Com a chegada do inverno ao Hemisfério Sul, a tendência, segundo especialistas em saúde pública, é de que a doença dê uma trégua à população situada mais ao norte da linha do Equador e se espalhe com rapidez por países como o Brasil, cujos casos devem se multiplicar até o fim da estação mais fria do ano.\r\nSegundo o epidemiologista José Moya, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Brasília, é preciso que os habitantes das áreas momentaneamente mais afetadas procurem se informar e mantenham a calma.\r\n\r\nA partir do caso mexicano, segundo ele, é possível tirar algumas lições. Foi lá, no fim de abril, que explodiu a epidemia, com 260 casos confirmados somente nos primeiros dias. A partir da segunda quinzena de maio, o surto já começou a entrar em declínio gradativamente. Neste mês, tende a estagnar – embora o país ainda esteja em segundo lugar no mundo em número de casos, com mais de 7,8 mil, perdendo apenas para os Estados Unidos, que ultrapassa a marca dos 21 mil infectados.\r\n\r\n– Aos poucos, de forma natural, foi diminuindo o número de pessoas sensíveis ao vírus. A primeira onda serviu para que entendêssemos como tratar – afirma Moya.\r\nA partir de agora, para o epidemiologista Jair Ferreira, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, a propensão é que países do Hemisfério Sul, onde começa o inverno, enfrentem um novo pico da epidemia – como no Chile, onde o número de infectados passa de 4 mil, e na Argentina, com mais de 1,2 mil casos.\r\nUma das explicações para isso, segundo Ferreira, é que, em função do clima frio, as pessoas acabam ficando mais em locais fechados e aglomerados. Além disso, a umidade e as baixas temperaturas contribuem para desencadear as infecções, como em qualquer resfriado.\r\n\r\n– Temos de nos preparar, porque o número de casos vai aumentar – diz Ferreira.