Para evitar um surto de dengue em Porto Alegre, consultores do Ministério da Saúde (MS) apresentaram ontem as novas técnicas de avaliação e de controle da doença. O encontro, que prossegue hoje, tem como objetivo ampliar as informações sobre o monitoramento da dengue nos meses de temperaturas altas, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti na Capital e na região Metropolitana.

A apresentação foi feita aos técnicos do Programa Municipal de Prevenção à Dengue, na Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde. Os métodos de avaliação, dentro do programa "Risco Dengue", têm como base cinco critérios. Na área da saúde, são três iniciativas: incidência de casos nos anos anteriores, índice de infestação predial do mosquito Aedes aegypti e tipos de vírus da dengue circulando em cada cidade.

Em relação a Porto Alegre, o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (Liraa) mostrou que a infestação média das larvas é de 0,1%, considerada de baixo risco pelo MS. O resultado também está relacionado ao período do inverno, quando o desenvolvimento das larvas do mosquito é bem mais lento.

Outro critério avaliado pelos técnicos do ministério é a cobertura de abastecimento de água e a coleta de lixo dentro das áreas de saneamento. Por fim, há o fator densidade populacional. Esses indicativos servem para mapear as áreas onde há risco maior da presença da doença.

Com os cinco critérios, a expectativa é de que o monitoramento da doença seja mais amplo. Segundo o coordenador de Vigilância em Saúde de Porto Alegre, Anderson Lima, o controle é indispensável para evitar uma epidemia. "Estamos aproveitando a experiência que o MS acumulou em relação às cidades que têm a doença para adaptá-la a Porto Alegre", afirmou ele.

Os dados permitirão a identificação das áreas de maior risco de transmissão, onde serão reforçadas as ações de prevenção. Lima apontou que o indicativo vai direcionar as ações desenvolvidas na Capital.

Fonte: Correio do Povo - 24/09/2010