A função desses enfermeiros é, além de tratar as dores físicas, cuidar também da alma. O projeto Anjos da Enfermagem existe no Paraná há três anos e é uma ramificação do Instituto Anjos da Enfermagem, que é uma ONG que desde 2004 atua em parceria com o Conselho Federal de Enfermagem. Rita Franz, enfermeira e consultora do Conselho Regional de Enfermagem, diz que a grande procura de alunos para participar do projeto vem da necessidade de humanizar a profissão a cada dia. O que fez tantos estudantes se candidatarem às vagas? Penso que a nossa categoria está gritando por humanização e temos visto que essa é uma preocupação dos novos alunos. Com o tempo e com mais anjos atuando em hospitais, lares e orfanatos, o próprio envolvimento nesses trabalhos vai ensiná-los a ser mais solidários. Que perfil deve ter a pessoa para entrar neste projeto? Ela precisa ter em primeiro lugar o dom artístico e ser bem-humorada. Nós avaliamos postura corporal, entonação de voz e se ela sabe tocar algum instrumento (isso é um diferencial). Precisamos ver também a habilidade emocional dela, para trabalhar com o lúdico e lidar com pacientes em estado grave, como os que têm câncer. Os Anjos da Enfermagem trabalham somente com crianças? Atendemos a todos. No ano passado trabalhamos com idosos e crianças especiais. Precisamos diversificar. Hoje, quem participa do programa deve estar preparado para qualquer situação. No Hospital de Clínicas, que é nosso parceiro, vai ser assim também. Inicialmente vamos até as crianças e depois pretendemos chegar aos adultos. Como se faz um convênio com o programa? Nós temos um protocolo. Os Anjos da Enfermagem precisam ter obrigatoriamente como parceiros um hospital e uma universidade, pois é ali que buscamos os alunos e futuros profissionais. Na velhice, não raras vezes deixa-se de ser pai para tornar-se filho de seus próprios filhos. João Darcy Ruggeri, advogado e escritor paranaense. Fonte: Gazeta do Povo - PR
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