24/05/2012 - Reunião no MPF solicitada pelo COREN conquista melhorias para a categoria

COREN-RS levanta a interdição ética contra o HNSC


Na tarde de hoje, 25/05 o Presidente do COREN-RS, Ricardo Rivero, realizou uma reunião no Ministério Público Feederal com o objetivo de selar um acordo em que os pacientes e os profissionais do HNSC saiam contemplados e que a interdição ética da emergência do Hospital Nossa Senhora da Conceição, seria debatida. A reunião no MPF foi conduzida pela Promotora Dra. Ana Carvalho e mobilizou todas as entidades representativas da área da saúde mais a OAB. A expectativa era de que depois da Interdição Ética feita na emergência do HNSC, o poder público, os políticos e a gestão das instituições de saúde passassem a desempenhar um papel mais incisivo e resolutivo nas questões que envolvem não só a superlotação dos hospitais, como também pudessem ter um olhar mais sensível sobre as questões relativas a categoria da enfermagem, como a sobrecarga de trabalho, a falta de um piso e de uma carga horária definda.

Para a Promotora Dra. Ana Carvalho, a reunião provocada pelo COREN-RS sucitou um amplo debate, que possibilitiu que todas estas entidades representativas pudessem sentar juntas á mesa e buscar ações concretas para solucionar a questão da superlotação do Hospital Nossa Senhora da Conceição. A fala começou pelo COREN. Segundo a Coordenadora da Fiscalização, Iselde Buchner, é preciso garantir um fluxo de processos e um gerenciamento adequado para a Emergência do HNSC. O Diretor Técnico, Néio Lúcio, ponderou que a superlotação da emergência do HNSC é a mostra de que o sistema de saúde de Porto Alegre e Região Metropolitana não estão adequados. O maior fluxo de pacientes da Região Metropolitana, segundo o Diretor,é de Alvorada e do Vale do Gravataí.

 O Secretário Municipal de Saúde, Marcelo Bosio, explicou que o município, iria ofertar 25 leitos emergenciais para desafogar a emergência mas o que vai realmente possibilitar uma grande alteração positiva no cenário da saúde em Porto Alegre, a partir de julho, é a regulação de 100% dos leitos da cidade.

Os representantes dos trabalhadores do HNSC estiveram presentes e se manifestaram. Para Marcelo Garcia, do Sindisaúde, os profissionais do HNSC estavam esperando que o COREN se posicionasse e apoiaram a interdição ética. Para Garcia, é preciso garantir a resolutividade do atendimento dos casos de baixa complexidade nos postos de saúde e na unidade básica: "90% dos casos que entram hoje na emergência não são emregências."O Presidente da FESERGS, Milton Kempfer, colocou que como representante dos trabalhadores da área da saúde, ele queria a grantia de que as horas extras trabalhadas pelos profissionais do HNSC sejam pagas e que aja um dimensionamento imediato de pessoal: "queremos a garantia de que as coisas vão melhorar para os trabalhadores daqui pra frente."

O Presidente Ricardo Rivero afirmou: "Nossa luta está recém começando. Hoje conquistamos aqui, após um amplo e relevante debate, foi firmado e assinado um pacto para a realização de ações concretas imediatas, de curto, médio e longo prazo. Hoje a Secretaria Municipal já disponibilizará 25 leitos para desafogar o HNSC. As primeiras ações de curto prazo já serão efetivadas em junho e julho, com a abertura de mais 100 leiros na região metropolitana com a UPA Canoas. O COREN-RS permanecerá de olhos atentos e no fim de junho haverá nova reunião no MPF para verificar se as ações propostas saíram do papel".No encerramento da reunião o Presidente Ricardo Rivero salientou que graças a Interdição Ética este debate foi possível e ações concretas foram pactuadas.

Estiveram presentes representantes da FESERGS, do SINDISAÚDE, do Presidente da OAB e Presidente do Fórum dos Conselhos, Claudio Lamachia, dos fiscais do DEFISC/COREN, das Coselheiras Luci malicovski e Carmen Savaris, da Direção Técnica e do RH do GHC.