11/08/2012 - Frei Betto emociona no 15° CBCENF



O frade dominicano, teólogo, antropólogo, filósofo, jornalista e escritor Frei Betto palestrou no 15° CBCENF sobre o tema Proteção da Vida e emocionou os congressistas. O Frei, que foi perseguido e torturado durante a ditadura militar, começou sua apresentação contando que a data marcava os 38 anos da morte do amigo cearense Frei Tito de Alencar Lima, que morreu em decorrência da tortura e que está enterrado em Fortaleza.
Na apresentação Frei Betto levou todos por uma viagem objetiva, através de uma descrição cientifico-poética da criação e da evolução da vida e depois por uma viagem subjetiva, onde todos foram convidados a fazer uma meditação intitulada ecologia interior, que provocava a seguinte questão: o que estamos fazendo para sermos dignos desta vida.
Betto observou que hoje em dia as crianças não são mais quietas e comportadas nas escolas, mas contestadoras e algumas vezes até violentas. Salientou que isto é decorrência das grandes transformações que estamos vivendo por causa da transição da Modernidade para a Pós-modernidade e a conseqüente mudança de paradigma. A última transição deste tipo foi há cinco séculos e trouxe grandes revoluções. Como o paradigma muda, a referência muda e com referências diferentes não existe diálogo possível. Segundo o Frei Betto, temos que lutar para que o paradigma desta nova época não seja a total mercantilização do indivíduo e da vida, fonte de guerras, assassinato em massa, pobreza e desigualdade e sim o respeito pelo ser humano e pela natureza, com equilíbrio e harmonia. O ser humano é quem dá significado as coisas. São os olhos da humanidade que contemplam a vida, é a nossa mente a única que tem a capacidade reflexiva. “Precisamos lutar contra a “globocolonização” do modelo de civilização anglosaxônico, consumista e hedonista e construir a globalização do amor, do respeito pela vida e pelo indivíduo”, concluiu Betto.

 

Texto: Fernanda Barth