04/04/2013 - Aids: Risco maior na juventude



Os números da aids entre jovens de 13 a 19 anos mostra uma realidade preocupante. Dados do Ministério da Saúde revelam que em 2008, 587 novos casos foram diagnosticados nesta faixa etária. Do total de casos registrados em jovens de 13 a 19 anos, desde o início da epidemia, 5.959 (50,6%) foram em meninos e 5.827 (49,4%) em meninas.

A partir do ano 2000, o número de meninas passou a superar o de meninos infectados pelo HIV. Entre elas, predomína a transmissão via relação heterossexual, enquanto que no lado dos meninos, principalmente quando se aumenta a faixa etária para até 24 anos, a forma mais frequente de transmissão é por meio da relação homossexual.

Nova campanha:

Não por acaso, a campanha de prevenção à aids no carnaval deste ano, lançada pelo Ministério da Saúde, foi voltada para jovens gays e meninas entre 13 e 19 anos. Com o slogan Camisinha. Com amor, paixão ou só sexo mesmo. Use sempre , a campanha reforça a importância de conscientizar os jovens para o uso do preservativo e para a realização do teste de HIV.

No lançamento, o Ministro da Saúde José Gomes Temporão falou sobre a polêmica criada em torno das campanhas voltadas para adolescentes, principalmente em relação às ações nas escolas. Toda ação de prevenção que envolve a questão da sexualidade gera polêmica. Mas precisamos insistir nisso. Fazer a testagem é um direito dos jovens. Qualquer política de saú de séria tem que estimular o sexo, pois comprovadamente faz bem a saúde. Entretanto, tem que ser feito de forma consciente .

Segundo Temporão, o programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) está entre as ações de prevenção à aids e outras DSTs prioritárias do Ministério da Saúde. O objetivo é desenvolver estratégias para reduzir a vulnerabilidade dos jovens, trabalhando a inclusão dos temas saúde reprodutiva e sexual na educação de jovens das escolas públicas.

Mais vulneráveis:

Diversos fatores explicam a maior vulnerabilidade dos jovens para a infecção pelo HIV. Entre as meninas, as relações desiguais de gênero e o não reconhecimento de seus direitos, incluindo a legitimidade do exercício da sexualidade, são algumas dessas razões. Entre os jovens gays, falar sobre a sexua lidade é ainda mais difícil, pois precisam enfrentar o preconceito nos ambientes sociais e, na maior parte dos casos, dentro da própria família.

Para a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, o aumento no número de casos em meninas tem uma explicação: uma pesquisa revelou que 30% das meninas confiam no parceiro. Levar o preservativo na bolsa é muito desconfortável para elas , conclui Mariângela.

Os dados do Ministério da Saúde apontam, no entanto, para uma redução da transmissão por drogas injetáveis em jovens de até 19 anos de idade.