22/10/2018 - Coren-RS participa de debate sobre a descriminalização do aborto



O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) participou na quarta-feira (17/10), em Florianópolis (SC), do seminário Descriminalização do Aborto, (In) equidades Raciais e Saúde Reprodutiva: uma discussão necessária no campo da Enfermagem. O evento foi promovido pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e pelo Coren de Santa Catarina.

O Coren-RS foi representado pela conselheira e técnica de Enfermagem Ursula Stüker e pela enfermeira Neusa Heinzelmann, componente da Comissão de Ética. A conselheira federal e enfermeira do RS Rosangela Gomes Schneider também estava presente. Aberto ao público, o evento reuniu conselheiros(as) federais, presidentes e conselheiros(as) dos Conselhos Regionais, Comissões de Saúde da Mulher e representantes de entidades profissionais e assistenciais. 

O objetivo foi subsidiar reflexões sobre o tema à Enfermagem. “A indução de aborto é um problema de Saúde Coletiva e somos nós que estamos na ponta, recebendo essas mulheres. Não estamos aqui discutindo quem é contra ou a favor ao aborto, mas sim como a Enfermagem vai agir diante desse cenário”, disse a presidente do Coren-SC, Helga Bresciani.

O seminário teve três debatedoras: a pesquisadora Gabriela Rondon, da ONG Anis: Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero; a defensora Charlene Borges, representante da Defensoria Pública da União; e a enfermeira e doutora em Saúde Coletiva Alaerte Martins. Os dados mostrados pelas especialistas apontaram que a criminalização do aborto não tem contribuído para reduzir as ocorrências no Brasil, além de afetar diretamente a assistência e a mortalidade materna.

Segundo números da Pesquisa Nacional do Aborto, da ONG Anis, uma em cada cinco mulheres brasileiras até os 40 anos já realizou pelo menos um aborto. A prática do aborto também traz à tona a questão da desigualdade racial: a taxa de mortalidade materna relacionada ao aborto é de 13,6 para mulheres negras, contra 5,3, para as brancas, e 7,9, para as pardas. 

O assunto deve ser, em breve, tema de debates em eventos promovidos pelos Conselhos de Enfermagem dos demais Estados do Brasil.

Fonte: Assessoria de Comunicação Coren-RS (com informações do Coren-SC)
Jornalista Joanna Ferraz
DRT/RS 12.176