10/12/2020 - Inovações em Enfermagem no SUS recebem prêmio do Cofen e da OPAS



Representantes de 16 programas inovadores desenvolvidos no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) receberam nesta quarta-feira, 09 de dezembro, a premiação do Laboratório de Inovação em Enfermagem, projeto de cooperação técnica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) e do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen). As teleconsultorias para enfermeiras(os) do TelessaúdeRS, iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi uma das congratuladas.

“A teleconsultoria é um trabalho inovador, de apoio aos mais distantes locais onde a Enfermagem está atuando. Também é uma ferramenta de fortalecimento do SUS, além de uma iniciativa rica em conhecimento e tecnologia”, disse a enfermeira Elisabete Pimenta, representando a colega do TelessaúdeRS, Laura Ferraz dos Santos.

A cerimônia contou com a presença do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Nacionais de Saúde (Conasems), Ministério da Saúde, Ministério da Educação e da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), e teve transmissão ao vivo pela internet (CLIQUE AQUI para assistir).

A exibição do documentário “Na Linha de Frente – A Pandemia pelo Olhar da Enfermagem” abriu a cerimônia (CLIQUE AQUI para assistir o documentário). Emocionados e, muitas vezes entre lágrimas, as(os) enfermeiras(os) dedicaram o prêmio às suas equipes, parceiras(os) e ao SUS. Direitos sociais, sexuais e reprodutivos, e o compromisso com a Saúde Coletiva, marcaram as falas de agradecimento. “Este Laboratório de Inovação assume uma função muito importante, não apenas para dar visibilidade ao trabalho da Enfermagem brasileira. Afinal foram mais de 329 projetos apresentados, entre estes 39 pré-selecionados e 16 reconhecidos no dia de hoje. Mostra que a Enfermagem é capaz, que a Enfermagem estuda, que a Enfermagem inova em prol da melhoria do acesso e da cobertura universal de Saúde”, afirmou o presidente do Cofen, Manoel Neri, que destacou também a dissonância entre a importância da profissão e as condições de vida e trabalho de profissionais.

Cerimônia foi realizada na sede da OPAS/OMS, em Brasília

“É muito triste quando vemos um relato de um técnico de Enfermagem, como vimos no documentário Na Linha de Frente, referindo que tem que trabalhar em três empregos para sobreviver, porque ganha R$ 779. Isto deveria ser motivo de vergonha para o governo brasileiro, para aqueles que formulam as políticas de Saúde, as políticas de recursos humanos”, afirmou Neri. Para ele, o laboratório é também “um alento de resistência ao modelo medicalocêntrico, que não prioriza o trabalho interdisciplinar”. “É uma resistência, e a Enfermagem tem sido especialista em resistir. Diante do caos, construir o novo, buscar soluções para garantir a assistência à Saúde da população. E isto ficou muito evidente agora, neste período de pandemia”, concluiu, sob aplausos.

“Todo esse trabalho culmina com esta premiação, mas a Enfermagem continua e esperamos que com este Laboratório de Inovação as pessoas possam ter esses exemplos e que possam ser replicáveis e utilizado também a nível dos nossos estabelecimentos de saúde”, afirmou Miguel Aragon, representando a OPAS.

A representante da Enfermagem na OMS, Elizabeth Iro, participou remotamente do encerramento. Iro parabenizou o Cofen e a OPAS/OMS pela Iniciativa do Laboratório de Inovação em Enfermagem e as instituições parceiras, pela colaboração. “Estou satisfeita de ouvir sobre práticas motivadores com intuito de fortalecer o Sistema de Saúde no Brasil”.

Vice-presidente Nádia Ramalho coordenou a parceria no Cofen

Laboratório de Inovação – Lançado em setembro de 2019, pelo Cofen e Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil (OPAS), o Laboratório de Inovação em Enfermagem recebeu 329 inscrições, distribuídas em dois eixos temáticos, ampliação do escopo de práticas e valorização da Enfermagem. As atividades do Laboratório de Inovação incentivaram o intercâmbio de conhecimentos entre os participantes. Em março, 39 representantes de experiências participaram de um encontro em Brasília, que selecionou 24 práticas para a terceira etapa. Durante o mês de outubro, a comissão avaliadora visitou todas as experiências finalistas. Estiveram à frente do projeto a vice-presidente do Cofen, Nádia Ramalho, e Mônica Padilha e Maria Alice Fortunato, pela OPAS. Estiveram à frente do projeto a vice-presidente do Cofen, Nádia Ramalho, e Mônica Padilha e Maria Alice Fortunato, pela OPAS.

Os critérios observados pelos avaliadores do Laboratório de Inovação foram o caráter inovador, a sustentabilidade, a replicabilidade no SUS, a institucionalidade e a coerência da proposta relatada com o objetivo da intervenção, conforme previsto no edital. Cada experiência foi analisada por dois especialistas e na discordância de resultado, a comissão encaminhou a avaliação para uma(um) terceira(o) examinadora(or).

Os avaliadores do Laboratório de Inovação foram indicados pelo Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), pela Associação Brasileira de Enfermagem (Aben), pelos Ministérios da Saúde (por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde e da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde) e da Educação (com representantes da Secretaria do Ensino Superior), e pela OPAS e Cofen.

Todas as regiões estão representadas entre os finalistas. O estado de Santa Catarina teve destaque, com seis experiências reconhecidas pelo Laboratório de Inovação. Dois dos dezesseis projetos premiados são resultado de pesquisas vinculados ao programa de financiamento de Mestrado Profissional em Enfermagem Cofen/Capes.

Sobre o TelessaúdeRS

Criado em 2007, o TelessaúdeRS é um núcleo de pesquisa vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Faculdade de Medicina da UFRGS. Ao longo dos anos, foram desenvolvidos diversos projetos e ações estratégicos, voltados para atender as principais demandas de atendimento à população, que beneficiam centenas de pessoas de todo o Brasil.

O principal objetivo da iniciativa é melhorar a saúde da população por meio da telemedicina/telessaúde, além de qualificar o trabalho das equipes de Atenção Primária à Saúde (APS) no âmbito do SUS, ajudar na tomada de decisão clínica e gerencial, e aumentar a resolutividade, fortalecendo os atributos da APS, orientados pelos princípios do SUS e pela melhor e mais atual evidência científica.

As ações de teleducação, telediagnóstico e teleconsultoria são voltadas para profissionais que trabalham na APS e profissionais dos Núcleos de Apoio à APS.

Fonte: Setor de Comunicação e Eventos – Coren-RS (com informações do Cofen e da UFRGS)
Jornalista Ronan Dannenberg
DRT/RS 13.181