20/01/2021 - Primeira mulher vacinada no Brasil contra a Covid19 é negra. E por que isso chamou tanta atenção?



O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) postou no seu site e nas suas redes sociais, com destaque, sobre a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid19 no Brasil, no dia 17 de janeiro, ser uma ENFERMEIRA, MULHER e NEGRA: a paulistana Mônica Calazans, de 54 anos, que atua na linha de frente do Hospital Emílio Ribas. Para nossa surpresa, recebemos uma série de comentários de pessoas incomodadas por termos enfatizado o fato de Mônica ser negra.

Diante disso, a gente aproveita para ressaltar e reforçar que somos veementemente contrários a toda e qualquer manifestação racista. O Coren-RS entende que num país como o Brasil, assolado pelo racismo estrutural, é preciso, sim, que muitas questões sejam discutidas e tratadas com o devido viés racial.

E mais: Mônica representa plenamente a Enfermagem. Segundo dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil (Cofen/ Fiocruz, 2015), 53% das(os) profissionais consultadas(os) se declaram pretas(os) ou pardas(os). E, ainda, há a maioria feminina: 85%. A Enfermagem no Brasil tem, sim, gênero e raça bem definidos.

Negar que o racismo existe e que muitas questões o perpassam é negar um passado que escravizou negras e negros, que ainda hoje continuam vivendo à margem da sociedade. Negras e negros têm menores salários; são a maioria das vítimas de mortes violentas; etc. É tempo de se questionar, de aprender e de admitir que vivemos num país desigual quando se trata de raça.

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