24/11/2021 - Coren-RS promove live sobre a Enfermagem no enfrentamento ao preconceito racial: assista!



O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) promoveu nesta terça-feira, 23 de novembro, uma live sobre A Enfermagem no enfrentamento ao preconceito racialem alusão ao Mês da Consciência NegraA conversa foi transmitida pela página do Conselho no Facebook e está disponível CLICANDO AQUI.

Participaram do bate-papo 
Vera Beatriz Rodrigues Soares (conselheira do Coren-RS; técnica de Enfermagem; cientista social; presidente da Comissão de Heteroidentificação do Grupo Hospitalar Conceição-GHC, da aferição de cotas raciais) e Célia Mariana Barbosa de Souza (enfermeira do Hospital de Clínicas de Porto Alegre-HCPA, atuando na área de saúde do trabalhador, e integrante da comissão de heteroidentificação da instituição; mestre e doutoranda em Ciências Médicas).

Dados da Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada em 2013 pela Fiocruz a pedido do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e divulgada em 2015, mostram que, no país, a Enfermagem tem gênero e raça: mulheres negras. Do total de profissionais, 85,1% são mulheres e 53% se declaram pretas ou pardas. Diariamente, elas sofrem com o racismo estrutural nos locais onde trabalham. Além disso, negras e negros passam, rotineiramente, por situações de discriminação racial durante a assistência em saúde.

Vera foi a primeira a falar, fazendo um resgate histórico da questão racial no Brasil. “Após a teórica abolição da escravização, em 1888  que na verdade não é realidade, mas é um fato histórico e é assim que é contado – houve uma negligência do país no sentido de não promover o acesso a uma política pública de inclusão de negros e negras na sociedade. Ou seja, houve uma falsa ideia de libertação, mas os negros e negras foram simplesmente colocados em uma condição de exclusão – ou uma falsa inclusão. O mês de novembro [Mês da Consciência Negra] vem pra gente pensar: o que essa falsa inclusão gerou na população negra? Até os dias de hoje ainda temos esses reflexos nas relações interpessoais, nas relações de trabalho, nas relações econômicas”, disse Vera.

Na sequência, Célia falou sobre o significado e a origem do 20 de Novembro (Dia Nacional da Consciência Negra) e sobre o quanto o racismo estrutural afeta diretamente a vida de negros e negras. “Por que o racismo é tão presente ainda em 2021? O que levou as pessoas a escravizarem outros seres humanos e como isso se perpetuou? O Brasil foi o país que mais importou negros e negras da África e o último a abolir a escravidão”, afirmou.

Em suas considerações finais, Vera e Célia frisaram a necessidade de se conhecer a história o passado para mudar o futuro e o quanto é essencial que todas(os) sejamos, de fato, antirracistas.

Fonte: Setor de Comunicação e Eventos - Coren-RS
Jornalista Joanna de Oliveira Ferraz
DRT/RS 12.176