25/05/2022 - Fiscalização conjunta proposta pelo Coren-RS constata condições inaceitáveis no Instituto Psiquiátrico Forense

A partir da ação, relatório será elaborado para que o Ministério Público e outros órgãos sejam acionados

Condições degradantes, insalubres e desumanas foram constatadas em uma inspeção fiscalizatória realizada nesta terça-feira, 24 de maio, no Instituto Psiquiátrico Forense (IPF), em Porto Alegre. A medida, proposta pelo Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS), reuniu outros conselhos, sindicatos e demais entidades em uma grande ação conjunta. Com o terrível cenário encontrado, será elaborado um relatório para que o Ministério Público e outros órgãos sejam acionados.

“A gente costuma dizer que os locais de trabalho devem ter as mínimas condições para exercer a profissão. Aqui, no IPF, não tem nenhuma condição para exercer a Enfermagem e qualquer outra profissão”, exaltou o coordenador do Departamento de Fiscalização (Defisc) do Coren-RS, João Carlos da Silva. Somente no que se refere à Enfermagem, na ação desta terça-feira o Coren-RS encontrou uma série de irregularidades. Entre elas, apenas duas profissionais da categoria (uma técnica e uma enfermeira) trabalhando no IPF, que tem 193 pacientes. “Isso é muito preocupante. Como elas vão dar conta de tanta demanda, com pessoas que precisam tomar altas doses de medicação psicotrópica?”, questionou João.

Para o coordenador do Defisc, a situação coloca em risco o paciente e o próprio profissional. “Para se ter uma ideia, a medicação chega dentro de um pequeno envelope, preparada por outros funcionários que não são da Enfermagem, e é ministrada entre 7h e 9h30, sem ter como conferir se os usuários realmente tomaram o remédio e se as dosagens estão corretas. Os pacientes, em alguns casos, relatam que a medicação está errada, dizendo que a cor do comprimido, por exemplo, está diferente”, relatou João. “Com essa sobrecarga, as profissionais podem estar cometendo equívocos que pode levar a algum dano”, complementou. No IPF, João esteve acompanhando da conselheira tesoureira, Sandra Gawliski, da procuradora-geral, Paula Noronha e da enfermeira fiscal Daiane Pereira Agnes.

Além do Coren-RS, participaram da ação os conselhos regionais de Medicina (Cremers), de Serviço Social (CRESS-RS), de Farmácia (CRF-RS), de Psicologia (CRP-RS), o Conselho Estadual de Saúde (CES), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), os sindicatos dos Enfermeiros do RS (Sergs) e dos Servidores Públicos do RS (Sindisepe-RS), além da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do RS. A comitiva foi recebida pelo diretor do IPF, o enfermeiro Tadeu Zampiron.

Fonte: Setor de Comunicação e Eventos – Coren-RS
Jornalista Ronan Dannenberg
DRT/RS 13.181